Posição básica
Para Ocaña (1997) o principal objectivo do Gr consiste em evitar que a bola ultrapasse a linha de golo. Para isso ele intervêm sobre a bola mediante a realização de acções técnicas especificas. Todas as acções técnicas tem o seu inicio numa posição fundamental assumida pelo Gr, e sem a qual seria muito difícil executar as acções técnicas de forma correcta.
Para este autor a posição básica pode ser definida como a forma corporal assumida pelo Gr no sentido de facilitar a execução das acções técnicas posteriores com a máxima eficácia.
É fundamental que a execução correcta da posição básica seja feita a partir de um correcto tónus muscular. Assim a cabeça deve encontrar-se erguida de forma a acompanhar a bola com o olhar, o tronco ligeiramente inclinado à frente, braços ligeiramente flectidos e à frente com as mãos à altura dos joelhos, pernas semiflectidas e afastadas formando uma boa base de sustentação, os pés podem assumir duas posições: (a) com toda a superfície plantar em contacto com o solo; (b) apenas a parte anterior contacta com o solo.(Ocaña, 1997)

Fig. 1 - Superfície plantar para a adopção de uma correcta posição básica (adaptado de Ocaña, 1997).
Recepção
Ocaña (1997) refere a recepção como a utilização dos membros superiores de modo a facilitar a posse ou o controlo da bola com as mãos ou os braços, reduzindo parcial ou totalmente a velocidade da bola.
A recepção é classificada de acordo com a posição do Gr em relação à trajectória da bola, assim a recepção pode ser:
Recepção alta
Realizada acima da linha dos ombros, sempre à frente ou sobre o eixo longitudinal corporal, e com os braços estendidos (Ocaña, 1997). Esta acção técnica pode ser executada em salto ou em apoio e sempre com os polegares juntos (mãos em forma de concha).

Fig. 2 - Posição das mãos para a recepção alta (adaptado de Ocaña, 1997).
Recepção média
Realizada entre a linha dos ombros e a linha da cintura, as mãos situam-se no plano frontal de forma a que o corpo constitua uma segunda barreira entre a bola e a baliza (Ocaña, 1997).

Fig. 3 - Proteger sempre a bola com o corpo (adaptado de Ocaña, 1997).
Recepção baixa
Segundo Ocaña (1997) esta acção técnica é realizada entre a linha da cintura e solo, com um joelho flectido e apoiado no chão, o tronco flectido à frente e com os braços estendidos(procura juntar os antebraços).

Fig. 4 - Proteger sempre a bola com o corpo (adaptado de Ocaña, 1997).
Recepção em queda
Realizada, com qualquer superfície corporal em contacto com o solo (queda lateral) à excepção dos apoios plantares. Com os braços estendidos, flexão e abdução da perna que entra em contacto com o solo e dedos das mãos afastados (Ocaña, 1997). Para maior segurança, no final da acção técnica, levar a bola ao peito pressionando-a com os braços, antebraços e mãos.

Fig. 5 - Braços estendidos no prolongamento do corpo (adaptado de Ocaña, 1997).
Recepção com encaixe
Para Ocaña (1997) a recepção com encaixe pode ser definido como a acção técnica que possibilita ao Gr a posse da bola através de uma única acção, reduzindo totalmente a velocidade da bola através do contacto desta contra o peito e a simultânea pressão realizada pelos antebraços e mãos contra o corpo do Gr.

Fig. 6 - É importante que a acção dos braços e antebraços seja coordenada com o impacto da bola no peito(adaptado de Ocaña, 1997).
A recepção com encaixe diferencia-se das outras acções técnicas por utilizar o peito como superfície corporal de na realização do gesto técnico.
Esta acção técnica é classificada como:
Recepção com encaixe médio

Fig. 7 - Encaixe médio (adaptado de Ocaña, 1997).
Recepção com encaixe em queda

Fig. 8 - Encaixe em queda (adaptado de Ocaña, 1997).
Desvios
De acordo com Ocaña (1997) os desvios são acções técnicas que consistem em modificar a trajectória e/ou o sentido da bola, dando-lhe uma direcção determinada com propósito defensivo.
Os desvios podem ser classificados de acordo com a superfície de contacto com a bola, deste modo temos:
Desvios com a mão - realiza-se quando a bola descreve uma trajectória área, o contacto com a bola é precedido de um deslocamento frontal e nunca deve ser efectuado em apoio. Esta acção técnica deve ser utilizada quando a recepção da bola seja inadequada ou quando a sua posse não seja garantida.
Desvios com o pé - com o novo quadro de regulamentos esta acção técnica foi valorizada.
Alguns dos erros mais comuns são desviar a bola para as zonas centrais e desviar a bola sem contudo a tirar do centro do jogo.
Colocação e orientação
Para Cabezón (2001) a colocação do Gr é fundamental para o correcto desempenho da sua função táctica. O Gr deve modificar a sua colocação em função da direcção da bola, dos seus companheiros e dos seus adversários.
O conceito de orientação do Gr surge quando este se desloca no terreno com o objectivo de intervir no jogo. Cabezón (2001) refere como pontos de referência para a orientação do Gr as esquinas da grande área, o semi-circulo da grande área e a marca da grande penalidade.
Ocaña (1997) refere que a colocação e orientação do Gr quando a equipa se encontra em posse de bola deve ter em atenção:
Evitar abandonar as zonas centrais da grande área;
Situar-se no semi-circulo da sua grande área, com o objectivo de dar profundidade à sua linha defensiva.
Saídas
Esta acção técnica é realizada pelo Gr quando saí da sua área de protecção no sentido intervir sobre a bola utilizando para tal um gesto técnico especifico (recepção ou desvios).
A execução técnica da saída divide-se em dois momentos distintos, (a) o deslocamento e (b) a intervenção sobre a bola. A bola encontra-se na posse do adversário que a conduz na direcção da baliza. Na acção de condução de bola, diferencia-se dois momentos, (1) um em que a bola se encontra fora do controlo motor do atacante (2) e outro em que o jogador está em contacto com a bola. É pois, no primeiro momento (1) que o Gr deve intervir sobre a bola, de forma rápida e decidida.

Fig. 9 - Momento da intervenção do Gr sobre a bola (adaptado de Ocaña, 1997).
As saídas, com orientação defensiva, classificam-se de acordo com o tipo de deslocamento feito pelo Gr, assim temos:
Saída frontal - deslocamento frontal.
Saída lateral - deslocamento lateral.
Reposição de bola em jogo
Ocaña (1997) define-a como a acção realizada pelo Gr em posse de bola com o objectivo de dar continuidade ao jogo. Em função da superfície corporal utilizada para a realização do gesto técnico, pode-se classificar a reposição de bola em jogo como reposição com o pé e reposição com a mão.
Reposição com o pé
Para uma correcta execução deste tipo de reposição é fundamental que o Gr realize em simultâneo um deslocamento frontal e uma extensão completa do braço que lança a bola para o pé.

Fig. 10 - Deslocamento frontal e extensão completa do braço que lança a bola para o pé (adaptado de Ocaña, 1997).
Alguns dos erros mais comuns na realização da reposição de bola com o pé são:
Flectir o braço que lança a bola;
Executar a reposição para fora do terreno de jogo;
Realizar o gesto técnico a partir de uma posição estática.
Reposição com a mão
Como critérios de execução para este gesto técnico o autor refere a extensão completa do braço e o olhar dirigido para a zona alvo.

Fig. 11 - Extensão completa do braço e olhar dirigido para a zona alvo (adaptado de Ocaña, 1997).
Alguns dos erros mais comuns na realização da reposição de bola com a mão são:
Flectir o braço que executa;
Realizar um lançamento de precisão em que a bola contacta com o solo antes de contactar com o jogador.
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